Friday 12 February 2010

cabeça tomba


cabeça tomba, sonho com a morte de uma amiga, sua cremação e detalhes intensos. mágica descoberta do sossego distinto e frio. quantas vantagens tem um planalto indissociável do interior mago e doce. quantas dores uma manhã sangrenta e o olhar dos casais duros, mas cheios de medo. sonhei alto, para cair no encontro paralelo aos postigos baixos da personificação sonhadora. o meu sonho é escrever, mas cada palavra é um casal doce e lenta cada memória, mais atrasada e bifurcada como as serpentes insipientes da juventude. como se amizade fosse mortificada pelo medo da morte. no outro dia o seu lugar, sem ser livre e desperto na solidão dos dias passados à lareira, sem amigos. primeiro as viagens, depois os livros. conto-me cada esperança, sem dedos, num encontro, fruto dos dias sem passado. o futuro encolhe-se no carnaval, diário e passivo. uma mulher solta-se, outra encara a vida, sem passar ao lado da imensa procura d diálogo, com os cavaleiros andantes. porque não me encontro contigo, amiga do luar? assente nas diferenças amorfas do passado. uma menina procura o encontro educado e castrado dos sentidos perenes. uma senhora com sapatos vermelhos, inventa a floresta e eu escrevo, numa angústia profunda para sobreviver ao caos da cidade. porto_06.10.2008

No comments:

Post a Comment