Saturday 6 February 2010

um amigo visitou-me


um amigo visitou-me de noite, entre o gralhar dos corvos e o levantar do sol. milhares de animais habitavam o seu corpo. dizia-se curandeiro. cada dia um raio de sol ilumina os sus olhos. um lenço transparente cobre o seu rosto. e mais nada sei sobre o amor. um desenho entra em minha casa onde um dardo de sangue faz morrer o meu amante. mato-o nas manhãs pouco quentes do fim do verão. quase amor, deslumbro o amante e amareleço com as primeiras folhas de outono. outro dia e mais um sonho se esvai, num pensamento consciente. nesta história fui mãe, ancorei nos traços lentos do furor da juventude. ai, em alguns anos, pensarás bastante na perda absurda dos milagres e no encontro embelezado das formas corporizadas. hoje só aprendi a sentir. cada dia é mais volátil que o último e no dia seguinte já rejuvenesço, como a fénix. berlim_27.08.2008

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