Saturday 6 February 2010

entrei num circulo


entrei num circulo de amigos. todos sorriam ao entardecer. cada fulminar da alma uma promessa eterna. ajudei a enaltecer o quadro aparente sem respeitar as regras do novo amor. cada dia um mágico e romântico discurso. à entrada da porta uma planta, significando o presságio de um futuro pleno de felicidade pois apesar de todas as multiplicações é o final desejado por nós. à saída uma esperança, o abraço da amizade familiar. cavalos escuros, acompanham a viagem. tu meu velho, assim pudesse tratar-te para sempre, eterno companheiro, soltas ao nascer da nova lua um grito. por ti espero, sem expectativas mas com a sabedoria eterna de amar assim sem esperar, um reconhecimento aveludado, qual toque, cada palavra um soneto. os amigos são para todos os dias, para sempre e nunca, todos livres e agrilhoados ao presente. sempre sem tempo e com todo o tempo do mundo, para si uma visão empolada, cheia de planos. futilidades do postal escrito, de fugida ao vento quente, beira mar, como se de um compromisso se tratasse. para ti magnífica descoberta na eternidade dos dias, num mundo onde se cruzam milhares, a escrita. atravesso a ponte encontro mais amigos e depois outros e mais ainda. cada um particular na sua essência. mas espero para sempre, mesmo que seja muito tempo. hei-los de todas as denominações. os da família, os do peito, da profissão, do coração. os inimigos, também gerados dos amigos, com os quais já não se caminha e se prefere inimizar, apenas por ser mais prático, do que aceitar que o caminho não é o mesmo e o desenvolvimento se sorveu nas teias da sociedade. acendem-se novas amizades e compreende-se que um cidadão do mundo, tece uma imensa rede, como aquelas das aranhas que deixamos crescer nos cantos dos quartos escuros, anos e anos a fio e um dia, ao arrumar a casa, soltamos das paredes, com a vassoura. mas uma aranha é absolutamente paciente e persistente. assim como num acto altruísta e para nos mostrar que cada fim é um novo começo, no dia seguinte, pela manhã, se voltar-mos ao lugar onde antes se baloiçava uma enorme teia enegrecida pelo pó, e que a vassoura limpou, estará resplandecente e límpida, uma linha cintilante de gotas de orvalho, um novo fio de teia, que não ousamos retirar. porto_25.09.2008

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