Thursday 18 February 2010

cada dia uma acumulação de passados


cada dia uma acumulação de passados, logo à entrada do sonho um deleite sentado. faz falta dizer, chamar as coisas pelo nome. faz falta acordar os espíritos e salvar as marés deitadas. novos encontros, paralelos, de mares. a verdade é essa e continua. sem passado, sem encontros. a vigilância sente-se e a juventude promete um desfile encontrado sem palavras. duas mulheres pernoitam, num encontro fugaz. olhos quase nos olhos e a memória de um presente sem fascismo energético. muitos amigos, poucas propostas. novos rostos e a vontade desperta de amar. fecho um olho e sigo a musicalidade do relógio. mais um destino. sempre. mas para sempre é muito tempo. encontra apagado no passado uma canção de amor. amigos de leitura, de cerimónias. depois do reencontro a procura. dias para recordar familiares, espectáculos encantadores e frenéticos. encontros com o luar e sombras a romper as peles dos tambores da noite. qual embalo enganador este da escrita livre. cada encontro é amigável até o sexo fazer dele um ritual sanguinário. então estaremos dispostos a valer o saber descoberto, sem perduras. para cuidar de um encontro equilibrado, ao redor dos sabores mais subtis, deambulando ao sabor latino do vento. quarto com musica italiana, um filho sem pai e a promessa de um encontro amoroso com um sonhador. cada mistério é uma colaboração perdurável nos dias sentidos, no calor misterioso dos respirares constantes. um suspiro e toda a sociedade muda. um fechar de olhos e a cultura abraça com seus dedos húmidos a revolta silenciada dos filhos de pais separados, demasiadamente ocupados a cuidar da solidão. cada lágrima uma chama, uma pedra de fumo denso e encorpado, a perpetuar o encalço enfuscado nas presenças puras e doces, do ser iluminado. a passagem é uma âncora virada para o norte, dos dias sem espuma. encontro uma miragem, o teu luar deixado para o místico palhaço. o homem com suas fragilidades. berlim_25.10.2008

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