Sunday 7 February 2010

na sofreguidão dos dias frenéticos


na sofreguidão dos dias frenéticos, um homem sonha. ilude-se, protesta e manifesta a insegurança dos dias passados sem saber, apenas na simples memória dos livros. canta o sofrimento, poetisa e engole inconsciente, as memórias de uma adolescência passada, a ser pai. ainda não é amigo, pois o sentimento corre instintivo, entre a luta e a fuga, o encontro e o desencontro das paixões aveludadas pela crueldade real. cada dia é uma ansiedade imprevista. a calma é a inimiga atroz e o sentido encontra-o no movimento. tem ideias, ilusões vastas, desalentos de catarse, fome de guerra e uma revolução que lhe dá sentido aos dias, plenos de aborrecimento. mas a amizade espera-se, semea-se, apaga-se e grava-se. como as unhas e os dentes, cravados no coração. intui-se a dificuldade dos dias, o processo de desgaste e a entrega ao sabor da derrota. um desejo sem mágoa para dizer ao mundo o que nos vai na alma, a escuridão dos dias felizes, sobre a miséria dos outros. para nos sentir-mos melhor. como no comércio justo. ao pisar os outros, sentimos o alento da alma purificada. a rebelião constrói-se sobre a morte do outro. o sofrimento na escola dos dias. a morte no interesse em sobressair. a humildade preserva-se, só com muitos sorrisos. da guerra, fala-se com leviandade, para dizer os mortos, na espuma dos dias. diz-me cruel, o outro também tem um ego e os tempos entre as coisas, fazem-se com tempo. nós não temos tempo, mas encolhemos os ombros, para dizer sim ao encontro fugaz sem despedida ou outro encontro marcado. no movimento, no trabalho, encontramos sentido, vivo, sem precisar, que para é um movimento oscilante. o choro do encontro, a lágrima da vitória, fumo selvagem e doce das recordações de guerra. para nos sentir-mos é preciso escalar a profundeza do ser e buscar a pérola encontrada, dos meninos perdidos na miséria de não ter nada. o encontro do casal, com suas memórias predilectas a cultivar a mente. almada_26.09.2008

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