Sunday 7 February 2010

um facho de luz reflecte na pele


um facho de luz reflecte na pele dos dias passados a viajar. a mancha vermelha de um sangue jovial, sem passado, esquece o futuro e está ávido de manifestações amistosas. a procura, repete-se, como a história. vezes sem conta. um reflexo expande-se pelo vidro da janela do autocarro. cada dia uma surpresa e todos os dias diferentes de uma vida sem repetições. a dimensão do sonho, o misticismo, e a religiosidade, resistem, numa forma de vida inventada, na guelra da juventude, com ideais utópicos e universalistas. a ti ou aos outros amigos, invejo e prendem-se-me no pensamento, como uma invenção comparativamente reflexiva. cada encontro é como um despertar da primavera inesquecível, não na procura, mas na descoberta consciente. algures na memória habitam, muitos amigos, conhecidos, directos, cínicos, perspicazes, activos e passivos. uma mescla nada linear, confusa, principalmente se pretendo simplificar e catalogar. não há catálogos ou análogos. apenas sinergias inertes ou fugazes. neste limiar do século, entre o passado romântico e a procura da religiosidade cibernética, mora uma utopia, ou a mera necessidade de eterno retorno, própria do ser novo, submerso nas teias emergentes da perspectiva revista. encontro continuamente amigos, pensadores e místicos, ligados ao novo valor enraizado, do amor universal, que vivem do escapismo, como eu, da ilusão perversa, da modificação do mundo, do dia, do minuto de si, do outro e do mundo. cada palavra uma tentativa de aprisionar o sentimento. um sentido sem conteúdo, uma forma sem mudança efectiva em si. acredito vivamente na transformação do indivíduo para um cambio perene do mundo, mas nunca a tentativa de mudar o mundo, sem antes alterar a conduta atroz de si. cada pensamento uma palavra solta, como na crueldade de Artaud. o culminar simplificado, do correr desatinado do pensar. para quê a dialéctica, quando o mundo está condensado numa complexidade imensa de emoções, sentidos e razão. importa repensar o sentido do teatro. do outro. o valor do ego, não obstante ao nosso, para que se possa modificar a conduta e o rumo da sociedade. não acedo a modelos pré-concebidos ou pensamentos considerados elitistas. cada acção ou gesto, condicionado é uma opressão invisível da alma, penada e um julgamento perseguido. ao reencontrar o caminho, simplesmente caminho, com a segurança impecável de quem nada questiona, pois às vezes é necessário decidir e acreditar, dar uma passadas largas, para voltar a perder o caminho, encontrar um amigo e seguir, duvidando. amparando até se poder voltar a passear no caminho certo. no meu coração um reflexo vermelho, assim desperto do sono profundo da dialéctica. caldas da rainha_25.09.2008

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